Homens de cabelo comprido

Eu acho muito bonito homem com o cabelo comprido, e essa afirmação não quer dizer nada, além disso. Não tenho pretensão de ficar com nenhum cabeludo. Já fui uma candidata a Maria Shampoo, mas já passei da época. Só gosto de apreciar a beleza. Acho os cabeludos espécimes interessantes. Existe inveja do cabelo que eu nunca vou ter. Existe um desejo secreto de desembaraçar os cabelos alheios com os dedos, de secar os cabelos molhados com a respiração.

Quando eu vejo um homem com o cabelo longo, não importa se as madeixas batem no meio das costas ou um pouco abaixo do pescoço eu olho mesmo. È um olhar rápido, que é praticamente imperceptível ao grande publico ou ao alvo. O olho é mais rápido do que o pudor e não consigo deixar de dar aquela conferida nas madeixas.

 Acho divertido observar como um cabeludo trata o seu cabelo. Claro que o cabelo bem cuidado, hidratado e limpo ganha pontos, mas a pontuação máxima é sempre para o jeito de tirar o cabelo dos olhos, na maneira de colocar o cabelo atrás das orelhas. Alguns ganham o hábito de fingir que prendem o cabelo, outros tiram os cabelos da testa usando toda a mão. A jogada de cabelo não é um charme exclusivamente feminino. Tem uma maneira masculina e única de balançar os cabelos e não parecer gay. Vá a um show de rock e descubra com seus próprios olhos.

Existe o conceito que o cabelo longo passa um ar de contravenção, mas acho justamente o contrário. O cabelo grande mostra obediência à natureza do cabelo de crescer. Os cabeludos não são rebeldes, são homens com alça, mais fáceis de carregar. Se entregam a verdade natural. A rebeldia está nos cortes militares, na cabeça raspada, no pescoço nu, na insistência de cortar os fios junto à cabeça, impedindo a bagunça.