sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Terapia não é coisa de gente fraca- Versão do Cliente.

Eu nunca entendi por que as pessoas (ou a maioria delas) acha que fazer terapia é coisa de gente fraca. Tem que ser muito corajoso e forte para enfrentar o julgamento de um completo estranho e pedir ajuda.

Hoje eu quero comentar sobre a minha experiência de quase sete anos com paciente dos mais diversos tipos de terapia. Tudo que eu vou falar aqui é sobre a minha experiência de cadeira, poltrona, sofá, colchonete, almofada. Nada mais que o ponto de vista do cliente sobre o processo terapêutico.

A parte mais importante da terapia começa muito antes de marcar a consulta. O processo começa quando você bate o pé no fundo do poço, quando você joga a toalha, quando você se cansa de sofrer e principalmente quando todas as desculpas que você geralmente usa acabam. E a sua única opção é agir.

È nesse momento quando não há mais desculpas que surge a esperança e a vontade de agir. È essa chama que faz a terapia e a vida funcionar. Terapia é algo que não se indica ou por que não adianta ou por que não precisa. As pessoas só vão agir depois de esfolar “a cara” no asfalto.

Aproveito este post para pedir desculpas para todas as pessoas que eu amo, por ter indicado para que fizessem terapia. Eu só achei que o processo poderia ser mais rápido. E peço desculpa a todos aqueles que eu falei mal por me indicarem fazer terapia. Ainda não era a hora.

Depois de escolher o terapeuta e marcar a sessão você passa a frequentar o consultório do seu psicólogo. Você atravessa a cidade, cumprimenta o recepcionista, espera na recepção, entra na sala, senta com a bolsa colada no corpo, engasga um pouco quando tem que responder a fatídica pergunta: O que te motivou a vir até aqui? Tudo isso não é fazer terapia é frequentar.

È fácil freqüentar um psicólogo. O difícil é deixar a bolsa de lado, tirar os sapatos, falar o que você sente e não aquilo que você acha que deveria sentir e falar. Você só começa a fazer terapia quando acha aquilo que você não foi buscar. Quando você percebe que aquele problema que lhe motivou a procurar um psicólogo não era nem de longe o seu maior problema.

Normalmente as pessoas vão para terapia por que tem problema com o pai ou mãe, com o emprego, com os filhos, com o marido. E de repente elas descobrem que a solução dos seus problemas está em um pronome pessoal do caso reto da primeira pessoa do singular, eu. Precisa de muita coragem para encarar esse pronomezinho maldito e tudo que ele representa. Só por tudo isso que eu acho que terapia não é coisa de gente fraca.

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