segunda-feira, abril 22, 2013

Existe cura para pessoas que preferem esconder a tristeza?

 Existe cura para o hábito de esconder a tristeza com animação? Não há nada mais triste ou irritante do que a falsa animação. Outro dia eu fui à feira e prestei mais atenção em um feirante muito animado. Ele tinha uma fala agitada, gritava em alto e bom  som suas boas ofertas e fazia piadas com sogra. (algo pouco recomendado).

 Havia uma pitada de tristeza e perda e rancor no fundo da sua falta animação. Era sempre muito forçado, muito animado e irreal. Preferia que ele fosse só triste. Só paciente. Só fiel a sua tristeza.  Preferia que ele fosse um feirante paciente. A impressão que eu tinha era que ele tinha que se fingir de feliz para não morrer afogado na sua tristeza.

 Nos seus olhos havia uma tentativa sobre-humana de esconder aquilo que não pode ser escondido muito bem, a tristeza. Tenho para mim que a tristeza não pode ser escondida. As pessoas só não percebem por que de fato elas não estão prestando atenção. 

No entanto, é comum essa tentativa da maior parte das pessoas de parecer bem. De colocar fotos felizes no instagram, de postar comentários de amor e alegria no facebook quando de fato não existe.

 A  única cura para as pessoas que preferem esconder a tristeza é a descoberta de que a melhor forma de se livrar da tristeza é passar por ela. 
 


Um comentário:

  1. Eu acho que é muito mais complicado do que isso. Esconder a tristeza para uma pessoa pode ser mais difícil do que para outra. Já conheci pessoas como esse caso do feirante que você citou, e acredite, muitas pessoas não percebiam a tristeza por trás daquela pessoa. Você percebeu por questões de reflexão e boa percepção, mas muitos nem pereceberiam.

    E aqui que entra meu ponto: Se ele passou felicidade para as pessoas ao invés da tristeza e o isso o fez melhor, então porque criticar sua atitude?

    É a velha história do palhaço de circo que faz os outros rirem, mesmo se estiver triste. E tenho certeza que aquele palhaço seria ainda mais triste se nem a esse direito de fingir a inexistência da alegria ele tivesse.

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