Existe cura para a ditadura da beleza?

Outro  dia eu estava conversando com um amigo até que percebi um comentário hiper preconceituoso. Perguntei se uma conhecida estava paquerando aquele rapaz?  (De vez em quando sou tomada por algumas curiosidades bestas) Ele me disse que não, afinal ela era feia para caralho. Me assustou o fato de que para ele as mulheres feias não paqueram, não namoram, não flertam, não amam, não transam.

Logo eu argumentei que a feiura não elimina a vida amorosa de uma mulher. Nunca entedi por que para os homens a equação beleza e relacionamento é muito mais fácil. È  comum ver um homem muito feito com uma moça bonita a tira colo, mas o contrário é uma raridade. ( Concordo que em muitos casos esse tipo de relacionamento revela só interesse. Afinal, dinheiro em alguns casos pode comprar até amor sincero)  Bom, mas tem algumas situações em  que não parece ser interesse.

Porém, a feiura ou a falta da beleza padrão não é algo que deveria impedir  uma mulher de viver, mas impede. O que eu percebo que é as mulheres gastam muito tempo na tentativa de disfarçarem a feiura, ou de se tornar um produto mais valorizado no mercado. Afinal, elas também compartilham a opinião do meu amigo que a beleza é condição suprema para serem amadas ou desejadas.

Sinto raiva desse padrão de beleza que tentam nos empurrar. De todos os produtos carissimos que nós são oferecidos na tentativa de nós fazer parecer algo que realmente não somos. Muita raiva, diga-se de passagem. 

 Tenho duas opiniões sobre esse assunto. A primeira é que a feiura não deveria impedir uma mulher de dar, amar, trepar, namorar, ficar, flertar, brigar, trabalhar, brincar, ou qualquer outra coisa que ela queira fazer.

A minha outra opinião é que toda mulher tem uma partezinha feia. Toda mulher tem celulite, rinite, gastrite, medo, raiva, pudor, dor, amor ferido, ego e que mesmo tendo uma parte não tão aceitável assim é possível viver e até paquerar.

Agora, eu volto para o título desta crônica. Existe cura para a ditadura da beleza? Acho que sempre vão tentar nos empurrar um padrão em que devemos nos espelhar, mas sempre será possível viver mesmo que não sejamos tão magnificas assim.